A sugestão que trago hoje é um truque da Avó, seguramente mais antigo que eu!
Em casa desta dotada senhora avó sempre se cozinhou com Caldos caseiros de Galinha, Carne e Peixe. Aproveitavam-se os ossos (e as espinhas dos peixes) para os fazer, em conjunto com os legumes que existissem no frigorífico e uma Boneca de Cheiros (com a utilização cada vez mais frequente do galicismo é actualmente mais conhecido como Bouquet Garni) recheada de ervas aromáticas da horta e especiarias guardadas em pequenos e antigos frascos de farmácia. Uma vez cozinhado, retiravam-se os sólidos, deixava-se arrefecer o caldo e era colocado em sacos pequeninos no congelador. Há medida que se faziam outros pratos utilizava-se uma porção (medida pelos "olhos clínicos" da avó) destes caldos caseiros para apurar sabores. E acreditem que o sabor que estes caldos caseiros trazem a outras receitas é imbatível, para além do que esta prática ajuda a reduzir substancialmente desperdícios (e despesas).
Sempre achei estranho o nome Boneca de Cheiros, mas a utilização do termo tem um fundamento histórico e económico, para mim, muito interessante. Como o bouquet de ervas aromáticas e condimentos era fechado num pano branco
e as bonecas antigas das crianças portuguesas mais pobres eram feitas de pano, este bouquet foi apelidado de "boneca".
Interessante como em meia dúzia de décadas passámos da poupança forçada para o consumo sistemático e como hoje as nossas crianças, as pobres e as ricas, brincam quer com bonecas de pano quer com as de plástico, mas com muito menos liberdade. Passámos de uma época de maior necessidade para uma de abundância, em que pelo meio se perdeu identidade, raízes culturais e valores morais. Será que somos hoje mais felizes na abundância (apesar da dita crise que teima em não nos deixar) do que fomos numa época de maior escassez? De quanto precisaremos para ser verdadeiramente felizes?
Interessante como em meia dúzia de décadas passámos da poupança forçada para o consumo sistemático e como hoje as nossas crianças, as pobres e as ricas, brincam quer com bonecas de pano quer com as de plástico, mas com muito menos liberdade. Passámos de uma época de maior necessidade para uma de abundância, em que pelo meio se perdeu identidade, raízes culturais e valores morais. Será que somos hoje mais felizes na abundância (apesar da dita crise que teima em não nos deixar) do que fomos numa época de maior escassez? De quanto precisaremos para ser verdadeiramente felizes?
Deixando a análise sociológica de parte (que aqui os assuntos são mesmo de COMIDAcomPAIXÃO), sugiro vivamente que experimente este Caldo caseiro de Galinha. Vai ver que para além de poupar dinheiro, reduz o desperdício e o sabor que irá obter nas próximas receitas usando este caldo será FANTÁSTICO!
