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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sopa de Beldroegas com Queijo de Cabra [e sabor a memórias de adolescência]

Ao longo dos anos tenho experimentado muitas versões diferentes da tradicional Sopa de Beldroegas e nenhuma outra superou a que partilho hoje! Foram precisos mais de 20 anos e os produtos de uma quinta biológica para voltar a comer a Sopa de Beldroegas da D. Odete. E mais que uma sopa, revelou-se uma viagem no tempo!

Muitos dos fins de semana e férias da minha adolescência foram passados num monte alentejano perto de Reguengos de Monsaraz. Foi um local de aventura, liberdade, conversas e gargalhadas boas até de madrugada com a madeira da lareira a crepitar, onde conduzi um carro pela primeira vez (graças à fé da querida tia nas minhas capacidades), onde descobri o encanto pela fotografia... São tantas e tão boas as memórias deste local, dos tios, da prima, de mim com menos 20 anos...

A autora desta receita, que sempre conheci apenas por D. Odete, era a esposa do guarda do monte dos tios. Viviam numa casinha mesmo ao lado da casa principal, tinham um rebanho de ovelhas e uma pequena horta, tomavam conta do monte, das galinhas e dos patos e sempre que me cheirava à cabeça de alho a fritar lentamente na panela de ferro ia sentar-me no primeiro degrau da sua porta, pois sabia que era dia de Sopa de Beldroegas. E ali ficava, sentada, paciente, até que ela viesse à porta e me visse. E ela sabia sempre que eu lá estava e pelo que esperava: a primeira "malga" de sopa ainda fervente era sempre minha!

Não sei se a D. Odete ainda será viva, pois perdi-lhe o rasto com os anos, mas aqui fica a minha pequena homenagem à sua MARAVILHOSA sopa e a todas as belíssimas memórias que guardo no coração desses fantásticos anos da minha adolescência!





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